Como um exorcista se “aperfeiçoa” para enfrentar o diabo?
“Poderia se dizer, em linhas gerais, que sim, é necessário um maior número de exorcistas para atender os casos que se apresentam, mas, sobretudo, é necessário uma melhor capacitação”. É o que assegura Pe. Pedro Barrajón, diretor do Instituto Sacerdos, que organiza um curso especial para exorcistas em Roma, Itália.
Em declarações ao Grupo ACI em 15 de março, Pe. Barrajón é claro: “Não importa apenas o número, mas a qualidade das pessoas”.
Como este ministério é “especial e delicado”, assinala, requer que o exorcista tenha “uma preparação sólida”.
O Instituto Sacerdos, do Ateneo Pontifício Regina Apostolorum de Roma, organiza de 16 a 21 de abril seu 13º Curso de Exorcismo e de Oração de Libertação.
O presbítero espanhol indica que, “já há mais de dez anos, um grupo de sacerdotes nos pediu para tratar o tema do exorcismo e da oração de libertação. Eles encontravam em seu ministério casos pastorais aos quais não sabiam muito bem qual solução dar, pois tinham recebido pouca formação sobre isso em seminários e nas faculdades de teologia”.
“E é certo que durante muito tempo este tema foi deixado mais para a prática pastoral, mas não tinha muito aprofundamento teológico”.
O também doutor em teologia pela Pontifícia Universidade Gregoriana assegura que, no curso para exorcistas, “tentamos oferecer um programa sério, bem estruturado, com boa fundamentação bíblica, teológica, pastoral, canônica e nas ciências humanas. O curso foi muito acolhido desde o início”.
O perfil de um exorcista
Pe. Barrajón destaca que o trabalho de um exorcista, designado por um bispo a um de seus sacerdotes, requer “homens de Deus, prudentes, com fortaleza de espírito, de profunda oração, de sã e sólida formação teológica e espiritual”.
Estes sacerdotes, indica, devem ser “obedientes à Igreja e aos pastores, que não acreditem que o poder contra o diabo vem deles mesmos”.
Ao contrário, adverte, devem estar conscientes de que “é Cristo Salvador quem é capaz de vencer o príncipe deste mundo”.
Teologia, liturgia, psicologia e culturas
O sacerdote espanhol indica que o curso organizado pelo Instituto Sacerdos é focado nas “bases teológicas sobre a existência e a natureza das criaturas puramente espirituais que são os anjos e, mais concretamente, os anjos caídos, os demônios”.
Assinala ainda que “é muito necessária também a formação litúrgica”, pois “não se pode esquecer que o exorcismo é um sacramental”.
“E, além disso, é necessária a formação canônica, elementos de psicologia que permitem distinguir uma doença mental de uma verdadeira ação diabólica, compreender quais são os critérios de discernimento para poder julgar se é verdadeiramente um caso de possessão”.
“Dá-se um panorama da prática do exorcismo em diversos continentes e culturas, são expostos elementos que ajudam a vida espiritual de quem se dedica a este ministério e aos leigos que apoiam com a oração etc.”, explica.
Entre os vários palestrantes do curso estão Dom Luigi Negri, Bispo Emérito de Ferrara (Itália), Dom Rafael Martinelli, Bispo de Frascati (Itália), o sacerdote exorcista César Truqui e a psicóloga Anna Maria Giannini.
Pe. Barrajón indica que, embora o curso “esteja dirigido principalmente a sacerdotes que querem ter uma formação neste âmbito”, também podem participar “leigos que tenham um sério interesse científico ou pastoral no tema”.
“Para eles é preciso uma carta de seu bispo”, explica.
https://www.acidigital.com/noticias/como-um-exorcista-se-aperfeicoa-para-enfrentar-o-diabo-29902
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