O diabo é só uma figura simbólica? Exorcista responde ao superior geral dos jesuítas
Pe. Sante Babolin, conhecido como "o exorcista de Pádua", recorda que o mal não é apenas uma abstração
O sacerdote italiano pe. Sante Babolin, conhecido como o “exorcista de Pádua”, respondeu a declarações feitas pelo pe. Arturo Sosa, Superior Geral da Companhia de Jesus, durante uma recente entrevista ao jornal espanhol El Mundo. Na entrevista, o pe. Sosa tinha dito ao jornal que “fizemos figuras simbólicas, como o diabo, para expressar o mal (…) Os condicionamentos sociais também representam essa figura, pois algumas pessoas agem assim porque estão em um ambiente onde é muito difícil fazer o contrário”.
Em declarações concedidas no dia 2 de junho à agência de notícias ACI, o exorcista italiano observou que, segundo a doutrina da Igreja, “o mal não é uma abstração”: o diabo, Satanás, existe. Ele recordou que o IV Concílio Ecumênico de Latrão, realizado em 1215, afirmou que nós, cristãos, “firmemente cremos e simplesmente confessamos” que Deus criou “do nada uma e outra criatura, espiritual e corporal, ou seja, a angelical e a mundana, e depois a humana (…) O diabo e os outros demônios foram certamente criados bons por natureza; mas eles, por si mesmos, se tornaram maus”.
O pe. Sante Babolin evocou ainda dois discursos do Papa Paulo VI, pronunciados em 1972, nos quais, “provavelmente para reafirmar uma verdade de fé num contexto de interpretações pouco claras do magistério conciliar”, ele repropôs “o tema da presença e da ação de Satanás aos fiéis que tendem a duvidar da sua existência”.
Em 29 de junho de 1972, “referindo-se à situação atual da Igreja, Paulo VI afirma, em sua homilia, ter a sensação de que entrou a fumaça de Satanás no templo de Deus por alguma fissura. Há dúvida, incerteza, problemas, inquietação, insatisfação, confronto. Como isso aconteceu? O Papa apresenta um pensamento dele: que houve a intervenção de um poder contrário; e o nome desse poder é o diabo, um ser misterioso que é mencionado na Carta de São Pedro”.
No mesmo ano, em 15 de novembro, Paulo VI voltou a tocar no assunto e advertiu que “uma das maiores necessidades da Igreja” é nos defendermos “do mal que chamamos de demônio”.
O pe. Babolin citou também o Catecismo da Igreja Católica. Em seu número 2851, o texto aborda a petição “livrai-nos do mal”, que fazemos ao rezar o pai-nosso, e afirma que “o mal não é uma abstração, mas uma pessoa, Satanás, o maligno, o anjo que se opõe a Deus. O diabo (do grego ‘dia-bolos’) é aquele que procura ‘atravessar’ os desígnios de Deus e a sua obra de salvação realizada em Cristo”.
Para o sacerdote exorcista, a declaração do IV Concílio Ecumênico Lateranense, as afirmações do Papa Paulo VI e as explicações do Catecismo são “três pontos irrefutáveis”, para todo católico, sobre a existência do diabo.
Com informações da ACI Digital
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