Exorcista de Florianópolis fala de aumento observável na ação do demônio hoje
A causa principal, segundo o pe. Pedro Paulo, são os pecados contra o Primeiro Mandamento da Lei de Deus
Em entrevista concedida à agência católica ACI Digital, o pe. Pedro Paulo Alexandre, exorcista da Arquidiocese de Florianópolis, declarou que o aumento observável na ação do demônio em nossos dias se deve principalmente aos pecados praticados contra o Primeiro Mandamento da Lei de Deus.
O padre aborda o tema em seu recém-lançado livro “Fenômenos Preternaturais: sobre as ações dos anjos e dos demônios“, escrito com base nas Sagradas Escrituras, na Teologia, no Magistério da Igreja e na sua tradição mística, ascética, espiritual e pastoral. Os assuntos tratados, conforme o sacerdote resume, são “de grande urgência pastoral, como cura, libertação e exorcismo“, que evidenciam “a necessidade da Igreja de acolher, como gesto concreto de misericórdia, todos os que padecem sofrimentos ligados às ações preternaturais“.
O pe. Pedro Paulo afirmou em sua entrevista à ACI Digital:
“Em meio ao contexto delicado em que vivemos, em que se multiplicam práticas de superstição, ocultismo, adivinhação, magia, práticas que são proibidas nas Sagradas Escrituras (Dt 18,9-14; Lv 19,26b; 20,27; 2Rs 21,6; 23,24; 1Cr 10,13; Is 8,19…), é fundamental conhecer o que o Magistério, os Papas, as conferências episcopais, especialistas, historiadores nos falam a respeito destes temas. É urgente ajudar as pessoas a perceberem os riscos espirituais que estão em torno dessas práticas”.
Pecados contra o Primeiro Mandamento
Há hoje maior abertura à ação do demônio, que, segundo o exorcista, se deve principalmente aos pecados contra o Primeiro Mandamento: amar a Deus sobre todas as coisas.
Entre os pecados contra esse mandamento, o pe. Pedro Paulo cita:
1 – A superstição, “pela qual divinizamos alguma criatura ou força criada, caindo assim na idolatria (Ex 20,2-17)”.2 – A adivinhação, ou seja, a invocação da ajuda tácita ou explícita de demônios para conhecer coisas futuras contingentes – não necessárias – ou coisas ocultas que não podem ser conhecidas naturalmente.3 – A magia, que é um pecado mortal porque atribui honras divinas a criaturas, esperando delas algo que só de Deus devemos esperar. Além disso, a magia tenta entrar em pacto com o demônio, que, por meio desses pecados, corrompe a nossa relação com Deus.
Incredulidade
O exorcista observou que, atualmente, “vemos muita gente negando a existência de Satanás e dos seus demônios”.
A este propósito, ele evoca o prefácio do livro “Cartas de um diabo a seu aprendiz“, de C.S. Lewis, para recordar que “há dois erros iguais e opostos nos quais podemos cair a respeito dos demônios. Um é não acreditar na sua existência; o outro é acreditar e sentir um interesse excessivo e não saudável por eles. Eles ficam igualmente satisfeitos com ambos os erros”.
Objetivos do livro
O pe. Pedro Paulo destaca a urgência de “conhecer a incompatibilidade entre a fé católica e outras doutrinas ou crenças“. Neste sentido, ele aponta três objetivos do seu livro:
1 – Cooperar com todos os que procuram compreender a partir da fé da Igreja e de grandes estudiosos a realidade da ação preternatural: principalmente a ação de Satanás e dos seus demônios em nosso mundo.2 – Ser um auxílio pastoral. Diante do sofrimento, as pessoas buscam respostas. Hoje, são muitas as pessoas feridas e machucadas que batem à porta da Igreja pedindo socorro. Aprofundar os temas ligados à ação preternatural poderá ajudar muito no árduo processo do discernimento de cada caso.3 – Convidar ao estudo. Na parte final do livro, apresento como apêndices diversos textos, entrevistas e matérias sobre temas de grande relevância, que fui recebendo ao longo do tempo de amigos exorcistas, de grandes autores e especialistas em diversas áreas.
A obra, considera o sacerdote exorcista, fornece “um vasto e excelente material de formação”, na qual o leitor “descobrirá a preciosidade da fé católica, os grandes tesouros espirituais que Jesus concedeu à Sua Igreja, as diversas armas que temos para travar essa batalha espiritual cotidiana”.
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A partir de matéria da agência ACI Digital
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